Alterei o meu projeto original de publicar em blocos este verdadeiro poema do Paulo Moreira, para publicá-lo de uma vez só, com a exclusão de várias imagens da mensagem original em PPS que ele me enviou.
O dois blocos anteriormente publicados, aqui e aqui, permanecem como postados.
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O Fantasma do Amor, de Paulo Moreira
Tudo acabou, nos separamos.
É como se tivéssemos abandonado uma casa que inventamos em nosso imaginário.
A força do amor construiu dentro de nós um lugar de sonhos cheio de quartos, salões, cozinhas, corredores, salas e jardins.
Cada canto é antigo conhecido de cada parceiro, pois foi construído tijolo a tijolo por mãos de dedicação.
Também existem sótãos, porões e masmorras.
Um lugar que apenas os dois conhecem o endereço.
A cada descoberta, um objeto novo.
Após os momentos vividos, uma decoração feita a quatro mãos.
Um castelo de sonhos povoado por alegrias e angústias, esperas e receios, chegadas e partidas.
Quando partimos, deixamos para trás essa morada do espírito e essa casa fica abandonada.
Porém, não deixa de existir em nós.
É como se o fantasma do outro estivesse por toda parte.
Ora, sorrindo zombeteiro sobre a cama; ora, no topo da escada.
Por vezes vestido para a festa, às vezes nu, andando feliz pelos jardins,
Chorando na mesa da cozinha com a cabeça entre as mãos e as lágrimas do desfeito ou levitando no meio da sala.
Ruídos, músicas, imagens, lembranças do inexplicável, risadas e choros em nossa mente mal-assombrada.
Um amor que partiu, mas deixou em nós seu fantasma arrastando correntes pela casa agora abandonada, coberta pelas teias do não reencontro.
Habitação e habitante trocam de papel e nossa casa assombrada nos persegue, a todo instante. A todo lugar.
Ouvir incessantemente a voz de quem se foi, falando e falando o tempo todo, jurando amor, dizendo adeus, cobrando ausências, lamentando perdas.
Gritos de não me deixe partir, imagens do nosso amor em outros braços e novas promessas a quem sequer merece essas coisas insanas, apunhalam sem dó.
Certeza de que tudo dito a outro alguém são mentiras da revanche, das vinganças planejadas que jamais serão cumpridas.
Ouvimos os gemidos de quem nos amou, ainda mais altos do que um dia foram conosco, no prazer de outro corpo. É o nosso pior fantasma.
O ser que um dia amamos dirá, certamente, não ter imaginado esse mundo de sensações com tanta intensidade junto ao novo amor.
Ouviria de mim, um só murmúrio:
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Se você, visitante amigo, quiser receber essa mensagem no formato PPS, completa, com som, mande-me um email (link) para mim ou manifeste esse interesse com um comentário abaixo desta postagem (Não se esqueça de deixar o endereço do seu email!). Prontamente atenderei ao seu pedido!
Quer mais informações sobre o Paulo Moreira? - Obtenha-as na publicação do 1º bloco do meu projeto original, aqui.
2 comentários:
"O Fantasma do Amor - Texto completo"
Ando quase uma vida em cima de livros de poesia, lendo, e relendo em todo lugar, pois vivo a poesia, respiro a poesia, e ler este texto O FANTASMA DO AMOR, eu realmente desmontei, você foi um mundo dentro de outro mundo, onde sabiamente soube colocar cada sentido do sentir em palavras, este seu texto, eu gostaria de ter escrito,
Efigênia Coutinho
Oi, Efigênia!
Os elogios que estão neste seu comentário têm que ser creditados ao Paulo Moreira, seu autor.
Entrementes, mandei a ele, por email, as suas impressões sobre o tão belo escrito dele.
Obrigado pela visita, pelo comentário e aceite o meu abraço.
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